quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Wii minha pequena ditadora, amor da minha vida

Nunca liguei grande coisa a jogos de computador.
A maior parte das vezes não os consigo compreender e quando finalmente passo do nível 1, chegar ao nível 3 torna-se uma missão mais que impossível!
Nunca tive uma playstation nem tal objeto me desperta particular interesse.
Porém em Novembro do ano passado descobri a Wii.
Primeiro achei-lhe graça por ser branquinha.
Depois fiquei ainda mais maravilhada porque prometia manter-me em forma.
Comentei com o Pai Natal que daria uma óptima prenda e até lhe prometi no meu íntimo que se um dia muito mais tarde, algures daqui a umas décadas, eu por acaso me desse ao trabalho de a adquirir não mais deixaria de me exercitar.
Como crente que sou, o pai Natal fez-me a vontade para minha grande surpresa e alguma consternação.
Agora não tinha mais desculpas para não fazer ginástica e ainda por cima de forma divertida.
Usei-a naquele primeiro mês enquanto era novidade.
Depois ela tornou-se numa pequena ditadora dizendo-me de forma firme e acertiva tudo o que eu devia fazer se realmente quisesse cumprir o plano estipulado e insistindo para que eu me alimentasse de forma saudável.
Desconfio que ela me perseguia e tomava nota de todos os meus passos.
Nunca a consegui enganar mesmo quando comia apenas uma fatia de piza pequenina.
Sei que ela quer o melhor para mim mas também não me ajudou o suficiente acusando-me sistematicamente de ter poucos reflexos e de cronologicamente estar muito acima do que o meu bi sabiamente ainda me transmite.
Sei que num futuro próximo seremos as melhores amigas mas por enquanto ainda não passei da fase da mentalização!

Quando o meu cérebro corre as minhas pernas ficam presas ao sofá

Ao contrário da maioria dos meus colegas de 5º ano, eu detestava as aulas de educação física.
Cheguei a confessar que preferia ter uma aula de matemática de 2 horas a 45 minutos de educação física.
Não gostava de ter de me deslocar ao ginásio e trocar de roupa em 5 minutos no início e no final de cada aula.
Gostava ainda menos de ter de carregar com o equipamento duas vezes por semana dentro de uma mochila já cheia de cadernos e livros.
Mas lá tinha de ser e eu fazia o que podia.
Era sempre muito lenta e a última a ser escolhida para as equipas.
Com o tempo tomei-lhe o gosto e descobri que adorava correr.
Já no último ano da escola preparatória cometi a loucura inconsciente de escolher ter aulas de desporto fugindo assim a economia.
E adorei! A melhor escolha de sempre!
Nunca me esqueci do meu professor de desporto que se chamava prof. Valente!
Era firme connosco e puxava sempre mais por nós.
Andava sempre de cronómetro ao pescoço e uma capa onde registava as nossas pulsações a cada exercício realizado.
Tinha bigode e lembro-me de ter ficado maravilhada quando nos contou que tinha deixado de fumar porque como tinha partido a perna num acidente de mota esteve muito tempo internado no hospital sem o poder fazer.
Penso ter sido das primeiras pessoas com que aprendi que por vezes uma coisa má nos leva a outra muito boa!
Gostava particularmente dos castigos que nos dava e que consistiam em correr mais voltas ao campo caso tivessemos feito corta mato ou, o meu preferido, uma série de 10 flexões por cada exercício mal executado.
Ainda hoje recordo com saudades essas flexões e reconheço a falta que o prof. Valente me faz.
Se estivesse comigo agora não mais teria desculpas para não treinar e manter a boa forma física.
Gosto de ginasticar mas tento fugir a tal coisa sempre que posso.
Tenho vontade de treinar e digo muitas vezes que o vou fazer no início da próxima semana mas as minhas pernas não se querem mover.
Teimam em ficar agarradas ao sofá a ver um bom filme, uma série ou outra coisa qualquer!

Coluna vertebral porque mandaste embora todos os meus sapatinhos de princesa

Todas as meninas de 6 anos experimentam os sapatos de salto alto das suas mães e eu não fui excepção.
Dirigia-me ao armário da casa de banho e tirava lá de dentro uns sapatos pretos de verniz.
Eram brilhantes e eu gostava deles.
Gostava igualmente de uns que tinham um buraquinho à frente e por onde os meus dedos escorregavam.
"Porque é que alguém inventou sapatos com buracos?!" - pensava.
E lá andava eu a arrastar os pés pelo corredor conforme podia e os saltos a fazer barulho ao embaterem nos tacos de madeira do chão.
Escusado será dizer que ao ouvir tal barulho, a minha mãe vinha aflita e a ralhar ter comigo para me dizer que os descalçasse não fosse eu torcer um pé ou partir uma perna!
As mães são sempre tão dramáticas quando somos crianças!
O tempo foi passando e os sapatinhos de verniz reluzentes foram esquecidos para dar lugar à insistência de andar de ténis a toda a hora todos os dias da semana.
Afinal de contas dava muito mais jeito jogar futebol e basquete de ténis do que de sapatos.
E assim foi até ao final da adolescência.
Quando finalmente comecei a entrar naquela fase engraçada, quanto a mim, em que somos compulsivamente convidadas para ir a casamentos de amigos e familiares que remédio tive se não de comprar uns vestidinhos bonitos e uns sapatinhos de princesa.
De repente dei-me conta que havia sapatos lindos e maravilhosos e que ainda por cima faziam a magia de me tornar mais alta.
Comecei a comprar sapatos e botas de salto alto mas depressa deixei de o fazer.
Dizem que é uma questão de hábito, quiçá até mesmo de treino, persistência e paciência mas a minha coluna não se compadeceu da minha nova vontade e cedo levantou a sua voz.
Não consigo andar de saltos altos um dia inteiro e quando o faço fico dois dias cheia de dores.
O médico disse em jeito de brincadeira que são os bicos de piriquito que cantam mais alto que o barulho dos sapatos e que tenho de os ouvir a eles.
Com muita pena e uma dose de dores ainda maior coloquei um fim ao meu reinado de pés de princesa.
Guardo ainda uns sapatos de salto alto tão antigos que não mais os usarei apenas como recordação, e umas botas novas que só uso duas vezes por ano em dias especiais.
Mas já devia ter suspeitado. Afinal de contas ando sempre descalça ou em meias pela casa fora.
Sem sapatos de princesa não tenho dores de coluna.
Mas gosto de os ver e de ficar a olhar para eles no meio da rua ou dentro de uma vitrine.
Agora reinam os sapatos e botas sempre de salto raso que eu adoro, me permitem andar muito mais depressa e me levam a todos os lugares onde quero ir!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Adormecer com chocolate na alma e acordar com borbulhas na cara

Chocolate, esse antigo e fiel companheiro de todas as horas.
Que dizer sobre um dos melhores prazeres de que uma pessoa pode usufruir em meu entender?!
Consumidora devota, não há nada que adore mais, que tudo cujo ingrediente principal seja o chocolate.
Gosto dele em bolos, em barra, derretido, branco, de leite e negro o meu preferido.
Tenho este hábito, que tento arduamente combater e sempre com pouco sucesso, de comer dois ou três quadradinhos de chocolate depois de jantar.
E ontem não foi excepção!
O pior veio com os primeiros reflexos da manhã quando o espelho me devolveu uma série de borbulhas.
Agora será iniciado todo um ritual de aplicação de cremes com vista a curar o espelho.
Quanto a mim jamais abdicarei dele, meu antigo e fiel companheiro de todas as horas!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

De maria rapaz a consumidora de produtos de beleza

É verdade, durante grande parte da minha existência fui aquilo a que muitos chamam uma maria rapaz e com muito orgulho!
Quando era pequena gostava de brincar com bonecas e de lhes trocar os vestidos.
Lembro-me que não tinha uma Barbie como todas as meninas da altura mas sim uma boneca igualmente linda com um vestido brilhante e sem alças azul que dava pelo nome de Darling. 
Mas apesar de todos os vestidos que a minha mãe costurava carinhosamente para a minha boneca, gostava igualmente de ir brincar para a rua com os miúdos e miúdas lá da rua.
Tinhamos um quintal grande e uma rua onde quase nunca passavam carros e por essa razão estavamos à vontade para inventar mil e uma brincadeiras as quais incluiam muitas vezes joelhos e cotovelos raspados. Bons e saudosos tempos!
E assim fui crescendo sem ligar grande coisa a maquiagens ou perfumes.
Quando começaram a instalar-se um pouco por todo o lado as primeiras lojas dos 300 juntei dinheiro dos trocos dos almoços da escola e um dia de manhã sem ninguém saber comprei o meu primeiro estojo de maquiagem.
Era lindo e maravilhoso aos olhos de uma criança de 12 anos. Lembro-me dele como se fosse hoje.
Tinha o formato de um cd e umas cores de sombras muito escuras e uns batons berrantes que eu usava às escondidas quando não estava ninguém em casa e que me faziam inchar os lábios com alergia.
Sabiam mal e não cheiravam melhor mas usava-os sempre que podia e sempre às escondidas.
Com a entrada na adolescência passei a jogar futebol com os rapazes quando entrei na escola preparatória. Nos últimos anos deste ciclo apaixonei-me pelo basquetebol.
Passava as manhãs de fim de semana a ver a NBA depois de ver as bonecadas habituais.
Na escola lá troquei as canelas roxas feitas no campo de futebol pelos encontrões no campo de basquete. Que saudades!
Entretanto a caixa de maquiagens lá chegou ao fim e com a proliferação das lojas dos chineses passei a comprar batons nos chineses e sombras numa daquelas drogarias que vendem tudo.
Mas não as usava em público afinal de contas eu não ligava nenhuma a essas coisas.
Com a chegada à idade adulta a realidade abateu-se sobre mim. Não podia conviver com pessoas arranjadas e bem cuidadas e continuar a descuidar a minha aparência. Que chatice!
As minhas calças de ganga e as minhas t-shirts com bonecos ou frases irónicas sempre foram os meus melhores aliados.
Até à bem pouco tempo não tinha paciência nem tempo para me arranjar de manhã.
Se posso dormir mais 10 minutos porquê abdicar de um soninho tranquilo em prol de colocar pinturas na cara?!
Mas o tempo foi passando e comecei a trabalhar e a ganhar o meu dinheiro.
Recordo com saudade esses primeiros anos em que no dia em que recebia ia directamente a um qualquer centro comercial e comprava sempre uma peça de roupa, geralmente uma camisola na zara, e um livro. E a felicidade suprema envolvia-me naqueles breves momentos.
Mais tarde uma amiga deu-me a conhecer um catálogo de produtos da marca avon.
Comprei porque afinal de contas ela era minha amiga e não fazia mal experimentar. E fiquei fã!
Durante alguns anos comprava muita coisa não só por catálogo como depois passei a ir às prateleiras do supermercado comprar muitas outras coisas de muitas outras marcas para experimentar e descobrir este novo mundo.
Para minha enorme surpresa não é que os cremes e todas as outras coisas funcionaram mesmo!
Vi ali um escape que me levava a um mundo mágico que me descontraia após um longo dia de trabalho.
Fiquei viciada em produtos com cheiro a frutas e durante muito tempo não conseguia parar de os usar.
Tive alturas em que usava compulsivamente mais de dez produtos desde que entrava na banheira até que estava finalmente pronta para sair à rua.
Neste momento considero que estou mais moderada.
Nunca mais joguei futebol nem basquete com muita pena minha.
Nunca mais me descuidei completamente embora as minhas calças de ganga sejam o meu porto de abrigo.
Nunca mais deixei de usar cosméticos umas vezes de uma forma mais discreta, outras de uma forma mais notória.
Um dia ainda vou usar vestidos pelo menos uma vez por semana... ou então não!
Apesar de tudo e por tudo o que aconteceu há muitos dias em que me sinto simplesmente maravilhosa!

domingo, 16 de outubro de 2011

Porquê simplesmente maravilhosa

A escolha deste título para o meu blog surgiu de uma forma muito natural e espontânea.
Simplesmente maravilhosa quanto a mim devia refletir o estado de espírito permanente de todas as mulheres do Mundo embora saiba que tal pensamento é mera utopia.
Todas nós pretendemos estar sempre no nosso melhor o que tem diversos significados para cada uma.
Para algumas mulheres estar no seu melhor significa estar bem penteada, bem maquiada e bem vestida quiçá com um belo modelo da última estação.
Para outras com um estilo diferente umas meras calças de ganga velhas e desbotadas e uma t-shirt engraçada são o suficiente para as fazer sorrir.
Sejam femininas até à mais profunda da vossa essência, ou umas maria rapaz assumidas, sintam-se sempre a todas as horas do dia simplesmente maravilhosas!